A conquista está em manter, e não apenas em fazer

A grande maioria de nós pensa na evolução pessoal como a extensão dos limites, conseguindo chegar em algum "lugar" que ainda não tínhamos chegado ou adquirir "algo" além do que tínhamos. Evoluir parece estar sempre ligado a conquistar os desafios que se apresentam.

No Yoga, conquistar, independente da façanha, não significa evoluir. Para o Yoga, mais importante do que chegar é sustentar a conquista. A conquista está em manter, e não apenas fazer. Assim evoluímos.

Hoje na pracinha Gael subiu rapidamente no brinquedo que nunca tinha subido. Lá em cima, depois de ficar feliz com a conquista, ele se deu conta de que não conseguia voltar nem ir além. Na foto ele está dando aquele riso misto de um pouquinho de tensão de "xi, me dei mal" (Achei ele muito fofo na foto e provavelmente estou inventando um texto pra justificar a publicação desta).

Depois rimos muito. Eu tirei ele de lá. Realmente senti que ele pensou exatamente isso. Nas subidas que se seguiram foi diferente. Com mais cautela, ele só foi até onde conseguia administrar. Impressionante como as crianças aprendem rápido.
Amanhã ou depois ele vai tentar novamente até estar bem para fazer o brinquedo todo.

Fazemos muito isso também nas práticas de Yoga, excedendo nossos limites em prol de evoluir. Ficamos tentando Asanas avançados, longas retenções em Pranayamas, sentar por horas para concentrações, ou fazer peregrinações em lugares remotos e austeros, por exemplo. Mas e ai, será que isso tudo é sustentavel, ou ainda, será que quando fazemos essas coisas está na hora de fazer estas coisas?

Podemos estar correndo muito risco fazendo essas empreitadas. E além disso, lembremos também que quando não conseguir sustentar as conquistas costumamos nos frustrar e desanimar. Não para Gael e a maioria das crianças. Elas pegam leve, riem e aprendem. Será que conseguimos fazer isso?

Refleti sobre isto hoje: Fazer aquilo que dá pra fazer. Ir até onde dá. Irei evoluir quando estiver pronto para evoluir e sustentar a evolução. E quando não der, pq não sorrir e pegar mais leve?