Mulabandhāsana
O selo encontrado nas escavações da civilização do vale do rio Indus é provavelmente o registro visual mais antigo que se tem conhecimento sobre um Āsana. A figura central deste selo é conhecida como Siva Pasupati, o senhor dos animais, sentado em Mulabandhāsana, uma postura extremamente difícil de ser realizada.
O termo Āsana é popularmente traduzido como assento, denominando uma postura sentada ou até mesmo o pano ou couro em que se costumava sentar para realizar investigações meditativas. A partir desta interpretação, acredita-se que a cultura de se praticar Āsanas seja algo relativamente novo frente à ancestralidade da cultura védica e do próprio Yoga, afinal os principais textos de Haṭhayoga foram elaborados na idade média.
Estudiosos engajados apenas nos aspectos filosóficos do Vedānta e do Yoga, interpretam a imagem do selo achado nas escavações de Mohenjo Dharo como sendo apenas um ser sentado em meditação, já que naquela época não se praticavam as posturas que temos conhecimento hoje.
De acordo com esta linha de pensamento, os praticantes da idade média se encontravam em um nível de qualificação inferior aos da era védica, e sentar em postura ereta e imóvel para meditação era algo difícil para os daquela época. Sendo assim eles necessitavam de uma prática preliminar, e mais adequada a este estágio inferior, para reeducar e purificar corpo e mente e torna-los qualificados a meditar sobre os aspectos fundamentais da existência. Isso teria dado origem à prática de posturas, assim como a conhecemos hoje. Este pensamento inaugura o texto Hathayogapradipika, o principal texto de Hathayoga.
Embora esta ideia seja a mais difundida, e faça sentido, ela não é a única interpretação para Āsana. Ao mesmo tempo, existem linhagens igualmente tradicionais, engajadas na experimentação das práticas de Yoga, nas quais os diferentes Āsanas sempre possuíram um papel extremamente útil, e não inferior, para uma boa leitura da psique humana, assim como para sua lapidação e boa manutenção.
Seguindo este ponto de vista, Āsana não significa apenas assento, mas a ação de assentar a consciência no momento presente utilizando o corpo como ancora. Esta ferramenta seguramente tem sido utilizada há pelo menos cinco mil anos, idade estimada do surgimento da civilização do vale do rio Indus. O selo de Mohenjo Dharo é uma evidência de como estes indivíduos estavam avançados em relação ao domínio da prática de Āsana já naquela época. Por mais flexível que uma pessoa possa ser, é necessário muitos anos de prática e investigação para se conseguir sentar em Mulabandhāsana. Inevitavelmente são necessárias inúmeras posturas para preparar corpo e mente para esta. Sendo assim, pode-se dizer que nesta figura estão representados inúmeros Āsanas. Se o objetivo fosse apenas mostrar uma pessoas sentada meditando, o mais natural seria colocar um sujeito sentado apenas com as pernas cruzadas.
Provar a ancestralidade desta prática não é minha intenção. O importante é que ela percorreu o tempo e se faz disponível hoje para que possamos nos beneficiar dela. Temos apenas que aprender a aproveitar este recurso adaptando-o à rotina de nosso tempo e necessidades pessoais.
O termo Āsana é popularmente traduzido como assento, denominando uma postura sentada ou até mesmo o pano ou couro em que se costumava sentar para realizar investigações meditativas. A partir desta interpretação, acredita-se que a cultura de se praticar Āsanas seja algo relativamente novo frente à ancestralidade da cultura védica e do próprio Yoga, afinal os principais textos de Haṭhayoga foram elaborados na idade média.
Estudiosos engajados apenas nos aspectos filosóficos do Vedānta e do Yoga, interpretam a imagem do selo achado nas escavações de Mohenjo Dharo como sendo apenas um ser sentado em meditação, já que naquela época não se praticavam as posturas que temos conhecimento hoje.
De acordo com esta linha de pensamento, os praticantes da idade média se encontravam em um nível de qualificação inferior aos da era védica, e sentar em postura ereta e imóvel para meditação era algo difícil para os daquela época. Sendo assim eles necessitavam de uma prática preliminar, e mais adequada a este estágio inferior, para reeducar e purificar corpo e mente e torna-los qualificados a meditar sobre os aspectos fundamentais da existência. Isso teria dado origem à prática de posturas, assim como a conhecemos hoje. Este pensamento inaugura o texto Hathayogapradipika, o principal texto de Hathayoga.
Embora esta ideia seja a mais difundida, e faça sentido, ela não é a única interpretação para Āsana. Ao mesmo tempo, existem linhagens igualmente tradicionais, engajadas na experimentação das práticas de Yoga, nas quais os diferentes Āsanas sempre possuíram um papel extremamente útil, e não inferior, para uma boa leitura da psique humana, assim como para sua lapidação e boa manutenção.
Seguindo este ponto de vista, Āsana não significa apenas assento, mas a ação de assentar a consciência no momento presente utilizando o corpo como ancora. Esta ferramenta seguramente tem sido utilizada há pelo menos cinco mil anos, idade estimada do surgimento da civilização do vale do rio Indus. O selo de Mohenjo Dharo é uma evidência de como estes indivíduos estavam avançados em relação ao domínio da prática de Āsana já naquela época. Por mais flexível que uma pessoa possa ser, é necessário muitos anos de prática e investigação para se conseguir sentar em Mulabandhāsana. Inevitavelmente são necessárias inúmeras posturas para preparar corpo e mente para esta. Sendo assim, pode-se dizer que nesta figura estão representados inúmeros Āsanas. Se o objetivo fosse apenas mostrar uma pessoas sentada meditando, o mais natural seria colocar um sujeito sentado apenas com as pernas cruzadas.
Provar a ancestralidade desta prática não é minha intenção. O importante é que ela percorreu o tempo e se faz disponível hoje para que possamos nos beneficiar dela. Temos apenas que aprender a aproveitar este recurso adaptando-o à rotina de nosso tempo e necessidades pessoais.
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