quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

sobre o vazio

É preciso praticar o vazio. Quando nos esvaziamos de tudo que não somos o que resta é aquilo de fato somos.  Não somos o corpo, mente, pensamentos, ideias, identificações, memórias, desejos nem status. Não somos todas essas coisas, apenas as possuímos.

Descobrir o que de fato somos é responsabilidade nossa, embora o comum seja entregar essa pergunta a religiões e filosofias. O Yoga também é uma filosofia, porém sugere que essa descoberta nasça do processo empírico, caso contrário o indivíduo estará apenas plagiando uma verdade que não é a sua.

Pratique o vazio diariamente. Utilize qualquer ferramenta ou prática para isso. O ato de se esvaziar não é uma repulsa a tudo que acumulamos ou uma negligência em relação a tudo que devemos fazer. A prática de se esvaziar se faz necessária pois, além de possuirmos uma tendência natural de nos apegarmos a coisas e sentimentos, vivemos em uma sociedade aonde somos bombardeados por uma pressão que tende a exercer, com uma espécie de urgência, estímulos acumulativos. Isso tanto no “campo material” como no “campo espiritual.”

O acúmulo de saberes e deveres, além de poder gerar tensão, acabam ocultando quem de fato somos e possivelmente desviando a atenção de nosso caminho. E afinal de contas, só enxergaremos esse caminho se estivermos com a mente e o coração livres para achá-lo. Além disso, através do processo de se esvaziar de “tudo, o indivíduo atinge um estado de relaxamento profundo que o habilita a resolver de forma mais eficaz esse “tudo”. É preciso aprender a se desapegar, inclusive das coisas boas, pois só assim estaremos aberto para o novo. É preciso aprender a se esvaziar. Esvazie-se de tudo aquilo que não es e descubra-te.  

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